DANÇANDO SEM BARREIRAS

Pole Dance e Burlesco quebram estereótipos e promovem a autoestima

A música e a dança tem o poder de despertar sentimentos e sensações que muitas vezes estão escondidas na rotina árdua do dia a dia. Deixar a timidez de lado é um desafio particular que leva tempo, mas com ensaios e treinos é possível perceber que os movimentos corporais aos poucos começam a ficar mais soltos, permitindo assim, maiores habilidades técnicas.

O pole dance tem sua origem relacionada com o Mallakhamb, uma vertente da yoga tradicional na Índia. Essa modalidade invadiu os bares americanos nos anos 50, e se propaga até hoje com o estilo de dança burlesca.

“Dançamos e nos expressamos por meio de uma personagem. A minha é Sally Hurricane, que diante da sociedade fica reprimida, mas nos palcos se liberta e expõe façanhas na qual, particularmente, eu jamais imaginei capaz de fazer, me sentindo completa”

A profissional na apresentação de um sarau, em 2015, na cidade de São Paulo

relata a professora de pole dance, Juliana Santiago, que pratica o burlesco há quase seis anos.

Com a autoestima elevada, fica mais fácil enfrentar os paradigmas e estereótipos cogitados por uma população desinformada, ao se tratar de um modelo de dança que apresenta movimentos sensuais em sua composição.

“Para as pessoas que ainda não entendem as diferenças, é apenas uma dança tirando a roupa, visto como ‘putaria’. Elas não enxergam que uma dançarina de streaptease tem todo um preparo físico, trabalha flexibilidade e treina bastante para conseguir se apresentar”, revela Santiago.

Mas tudo isso pode ir além de uma prática de lazer e autoconhecimento. O pole dance, por exemplo, para muitos já é considerado um esporte que ajuda no fortalecimento da musculatura e no processo de emagrecimento, chegando a queimar cerca de 400 à 700 calorias por hora de aula. A modalidade é livre ao público, com fácil inclusão para qualquer tipo físico, desde crianças, adultos e, até mesmo, a participação masculina.

Na Escola Burlesca de São Paulo, 2017. Os alongamentos fazem parte do processo para que haja uma boa desenvoltura durante a performance.

A presença dessa diversidade também é muito nítida na dança burlesca. Com origem no teatro, esse estilo mistura o senso de humor e a sensualidade em uma mesma cena. “A palavra ‘burla’ vem do italiano e significa provocar, zoar, quebrar padrões. Para mim, a dança burlesca tem esse propósito de burlar o sistema e expressar a liberdade, ultrapassando certos pontos, mas sem deixar o bom-senso de lado”, explica a professora.

A dança significa ter independência do corpo e da mente.

"É por meio dela que me expresso e aumento minha autoestima, ao reconhecer meu corpo e aceitar os meus defeitos. A arte ultrapassa limites e liberdade é não ter barreiras. Por tudo isso, amo o que faço e o que faço é parte de quem eu sou", afirma Santiago.

E agora? Você está esperando o que para quebrar as barreiras e se jogar na dança?