CORPOS QUE FALAM
- Agência ID
- 15 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de dez. de 2019
As possibilidades de quebrar os paradigmas sociais através das representações do nu artístico

Quem trabalha com arte conhece as complicações que existem para alcançar o sucesso nesta área. Sabemos que talento e dedicação nas produções são essenciais para o resultado final de uma obra, mas a aceitação do público, que recebe o material também, é um dos grandes desafios enfrentados pelos artistas, principalmente quando assuntos considerados tabus, pela sociedade, estão inseridos nas exposições.
A sexualidade em todo momento esteve presente na história da arte, seja nas pinturas rupestres ou nas esculturas gregas. A apresentação do nu artístico sempre foi relacionada à polêmicas. “É um tema natural, mas que sofre críticas, dificuldades de aprovação e, consequentemente, a censura - uma babaquice, que me deixa indignado quando acontece em uma exposição”, comenta o artista plástico, Luiz Felipe Vasconcelos, que se dedica há nove anos aos estudos das artes.
“É muito importante que exista liberdade de expressão no meio social, já que ela e a arte andam de mãos dadas”.
Ao contrário das interpretações e associações desse tema com a pornografia, o nudismo vai muito além da sensualidade. Quando estampado em campanhas publicitárias e propagandas de bebidas alcoólicas, por exemplo, o corpo é visto como um objeto de desejo envolvendo, na maioria dos casos, a imagem da mulher.
Para desconstruir esses estereótipos, o público precisa compreender que, como ferramenta fundamental de criação, o corpo tem que ser respeitado dentro das manifestações artísticas. “É muito importante que exista liberdade de expressão no meio social, já que ela e a arte andam de mãos dadas”, complementa Vasconcelos.
No Brasil, a desvalorização desses profissionais exige que eles se aventurem em outras profissões para garantir estabilidade financeira e, ao mesmo tempo, conseguir pagar as despesas de produção das obras, já que o material utilizado tem um custo elevado.
Todo esse direito de independência do artista só é possível depois de quebrar as barreiras impostas através de preconceitos criados na sociedade e, principalmente, da falta de entendimento que se tratando de cultura, no campo da arte não deve existir limites.
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