HEBE CAMARGO DE VOLTA ÀS TELAS
- Agência ID
- 15 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de nov. de 2019

Após sete anos do falecimento da ‘Rainha da TV Brasileira’ - a nossa queridíssima Hebe Camargo, surge sua primeira cinebiografia, com estreia nas telas dos cinemas em 26 de setembro de 2019: Hebe Camargo - A Estrela do Brasil. Dirigido por Maurício Farias e protagonizado pela atriz Andréa Beltrão, o filme relata uma parte da história da Hebe, no momento mais marcante da sua carreira, o período da ditadura brasileira.
A dramaturgia mostra as grandes lutas enfrentadas por ela, em 1985, contra a opressão do regime militar brasileiro, além de abordar sobre a censura, em relação aos conteúdos apresentados nas telas da televisão brasileira; temas como exposição do corpo e sexualidade também estão presentes. Cenas do filme apresentam abertamente os questionamentos tão pontuados pela apresentadora durante a sua carreira - seus ideais, esforços e espontaneidade.
A trama retrata o momento em que Hebe se demite da Rede Bandeirantes, justamente pelas restrições que seu programa sofria, como, por exemplo, não permitir que a estrela gravasse ao vivo, como modo de controle sobre ela e seus convidados. Assim, Hebe ruma para emissora SBT, que lhe permite total liberdade de expressão e voz ativa, diretamente com o seu público.
Além da fiel retratação da personalidade da apresentadora, o filme destaca as grandes adversidades enfrentadas por Hebe no âmbito pessoal, como ataques de ciúme do marido Lélio - violência doméstica - e em sua carreira, sendo uma mulher em ascensão numa sociedade machista, além de defender as causas consideradas atípicas na época, como o movimento LGBT e grupos minoritários.

Durante os 152 minutos do longa, o telespectador entende e sente como a Hebe não reforçava divisões sociais, sendo assim uma defensora da diversidade, que transmitia isso através de seus programas, nos quais todas as pessoas, sem exceção, eram bem recebidas. Grandes e elaborados cenários, plateias dinâmicas e animadas, assim como superproduções, faziam parte das suas exigências para oferecer o melhor conteúdo para o público televisivo. Para ela, cantores como o rei Roberto Carlos ou artistas ainda desconhecidos ocupavam o mesmo espaço em seu ‘sofá’. Assuntos como DSTs, que geravam aversão e imenso preconceito, não proporcionavam incômodo na apresentadora, mas sim uma identificação com a causa, como foi exposto em uma das cenas.
Produzido pela Globo Filmes, Hebe Camargo - A Estrela do Brasil não se trata de uma biografia completa da apresentadora, mas sim de um recorte específico de sua jornada. Com a atuação, direção e roteiros bem elaborados, o filme não contempla Hebe Camargo em toda a sua amplitude mas, com toda certeza, deixa o sentimento de saudade nos fãs e a reflexão de que as adversidades enfrentadas por essa grande mulher, há mais de duas décadas, ainda se perpetuam em nossa sociedade.
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